E de novo a tristeza se agiganta por torrentes de fingida decepção, remetida ao silêncio entre tormentos que se avultam pelos degraus da inconsciência, e calam fundo num instante silencioso que intensifica a dor que outrora senti. É penoso voltar a pensar no assunto, remoer sem sentido no lodaçal que se adensa agora, por me ter submergido um dia, ainda que por breves e dolorosos instantes. Pensar é-me doloroso, reflectir penoso e tristemente trivial, mesmo sem que me possam indiciar qualquer hipótese de reflexão inconsciente, em momentos de negra depressão que, a momentos, se aproxima e me agarra, com garras tão afiadas quanto as gélidas torrentes do vale que nunca pude contemplar.
Tão pueril e tão maduro, simultaneamente, que interna e externamente se digladia em discussões sem nexo, sem propósito, que só me fazem recuar e recolher ao obscuro sentimento da frustração e da sempiterna incompletude, dos caminhos negados e dos obstáculos que me aprisionam no nada em que me sinto.
E tudo porquê, para quê? Para isto, para um zero absoluto dentro de um inconstante nada e de um omnipresente vazio que se vai adensando num buraco negro sem fim e sem retorno. Para nada.
Quem dera por vezes a indulgente fragilidade de sucumbir e o talento para desistir, livre e conscientemente, perante qualquer obstáculo em vista. Quão mais fácil seria fenecer e deixar que a energia se extinguisse de um momento para o outro. Presentemente, a minha consome-se na frustração de não poder agir e na impossibilidade de conseguir reagir.
1 comentário:
recebi um comentário neste post que não me aparece aqui publicado (não sei se terá sido eliminado entretanto ou se será problema do blogger).
À pessoa que escreveu o comentário referido, desde já o meu muito obrigada, pela visita e pela sua opinião.
Infelizmente, não tenho tempo para continuar este projecto de escrita, mas o que tenho feito neste âmbito, tenho publicado na página http://www.veraviana.net/escritos.html.
Obrigada, um abraço
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