quarta-feira, 28 de julho de 2010

experiência de escrita 2

(continuação do texto publicado aqui)

Não sei o que deva fazer a seguir. Ficar, fugir? É tudo demasiado doloroso, todas as frestas na parede mo recordam, toda a mágoa recalcada pela violência, marcada pela fealdade do momento em que, por fim, cedi.

Porque é que tinha de acontecer? Momento errado, local errado? Uma das poucas certezas na vida que podemos ter é a de que, mais cedo ou mais tarde, a espiral imunda e negra dos acontecimentos delineados na podridão da mente humana nos apanhará, a teia infecta tecida em momentos de vileza sórdida e agreste nos agarrará, impedindo-nos de fugir.
Atropela-se na minha mente um sem número de recordações, que me fazem retroceder pelas escadas íngremes da desilusão extrema e das profundezas do abismo sem retorno. Sorvo mais um gole deste café imundo e agarro-me à réstia de realidade que se consome no fumo do cigarro, de odor intenso e vibrante.
Negro, profundo e errático.

(continua aqui)

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